O fogo devolve os homens antigos ao fogo.
Antiga fogueira, rodeada de caçadores.
Mineral e astrológica queimada.
Quando a terra era bruma.
E o homem, árvore.
Impressão de osso, sílex, busca de carne.
A palha fazia sombra.
Bichos bufavam na noite espessa.
Tudo necessitava, ainda, de palavra.
O pêlo e a pele justificavam-se.
A Natureza e a Pessoa eram ambas Animais.
Os cometas davam a luz.
O fogo fornecia a sombra.
Magia sensata, menos a de ter nascido,
Já então.
Morrer sob a pedra: destino é pedra.
A pedra arde.
In memoriam Fernando Sabino
(1923-2004)
Sem comentários:
Enviar um comentário