25/06/2005

A Cara

A cara tem uma altura de árvore, a cara deste homem.
Vê-se sempre uma árvore pela cara.
Nem todos os homens, não como este.
Este vê-se pela árvore.
Vê-se o homem logo todo.
Suas mãos à altura da copa,
seu tronco ondulado,
o nó do coração ramificando as seivas:
o sangue,
o leite,
o suor,
a saliva,
a palavra visitada pela raiz.
Ele um dia volta à terra.

Pombal, 7 de Janeiro de 2005

Sem comentários:

Canzoada Assaltante