Ainda tinha até que fosse noite. Tinha tudo até que fosse noite. A própria noite tinha. E isso já era ter tanto. Agradeceu para dentro. Não são muitos os dias para agradecer, são muitos mais os da dor. E a dor recebe-se, oferece-se-lhe um lugar à mesa, paga-se-lhe um copo, mas não se lhe agradece.
Agradeço estes dias. O que tenho até que seja noite? Vou enumerar.
Não é domingo.
Uma ideia certa.
Uma previsão.
A possibilidade de urdir histórias (preferiria que fossem quadros pintados, mas não sei pintar, só sei escrever).
Crédito no bar.
A memória de Paris, aonde nunca fui nem decerto irei.
A glória da vida.
A merda da vida.
A glória da merda.
A merda da glória.
A possibilidade de urdir histórias?
Prova isso, rapaz.
Pombal, 1 de Fevereiro de 2005
Sem comentários:
Enviar um comentário