27/06/2005

Saber e Habilidade

Tive dois companheiros na escola (que então era primária, mas não tão básica como isso) com cujo exemplo aproveitei alguma coisa.
Refiro-me ao facto de um deles gostar de praticar em silêncio o que sabia (aritmética, caligrafia, desenho), só aceitando críticas depois de apresentar obra feita. O outro, esse preferia bufar e soprar para todos os cantos o quanto era habilidoso nisto e naquilo, recusando-se porém a mostrar fosse o que fosse de feito, acabado, definitivo.
Que aprendi eu com os dois camaradas primários? Aprendi que um tinha razão: o primeiro, porque revelava saber. E que o outro a não tinha: porque se limitava a ser habilidoso na propaganda, sem que dela nem dele resultasse o que quer que seja.
Trinta anos depois, já não sei bem. O que sabia, é um vulgar cidadão. O outro chegou a chefe.


O Aveiro, 19 de Outubro de 2000

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Canzoada Assaltante