Um ainda que rápido deitar de oftálmicas aos jornais de cada dia e cada semana nunca deixa de me impressionar. Provavelmente, porque trabalho no ramo. Mas sobretudo porque sendo, apesar de tudo, um cidadão do mundo, o mesmo mundo não cessa de me mal-impressionar com as atrocidades de que é exímio inventor. De todo o lado chegam novas a cair de velhas: atentados, fraudes, violações, etc. E tudo isto é tão batido, que nem sei bem por que motivo revisito o assunto.
Ou, melhor, até sei: o calendário cristão marca para esta época a celebração do nascimento do Deus feito Menino. O problema, claro, não está na fé neste tipo de tradições. O problema está na(s) prática(s) do mundo. O individualismo e o colectivismo são antípodas inúteis. Melhor seria que a sociedade fosse capaz de se situar num meio termo equilibrado. Não é errado querer atingir o lucro. É errado permitir que o lucro de um só possa ser atingido pelo prejuízo de muitos.
As cartilhas da moral bem intencionada asseguram que o Natal, como o sol, é para todos. O leitor sabe que isso é mentira. O Natal só vem nos jornais nesta altura. E acompanhado daquilo que se sabe: Timor, Pinochet, telemóveis, Caraíbas, “governoposição”, etc. E é no “etc.” que a coisa mora.
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