O cacau é um fruto baciforme, caulinar. Tem alto valor alimentício. A semente do cacaueiro, depois de pulverizada, utiliza-se em pó. O processo pode descambar em chocolate. Não é, porém, neste sentido que hoje vos falo do cacau. É, antes, no sentido que o calão lhe dá: o de dinheiro.
Como tudo aquilo que não é sério, o dinheiro tem muita maneira de ser chamado. Revejamos alguns nomes: cacau, pasta, massa, arame, couve, taco, cobre, carcanhol, guita, pilim, milho, ferro, narta, graveto, papel, bago, etc., muito e muito etc..
Chame-se-lhe o que se lhe chamar, o dinheiro é o desporto preferido das multidões, a religião mais adorada, a verdadeira mãe de todas as batalhas, o perfume que todos gostaríamos de trazer adesivado nos sovacos da vida.
Assim sendo (porque assim é, na verdade escuso de vo-lo repetir), a existência é uma sala muito triste onde todos estamos sentados. Não à espera de sermos recebidos, mas de receber.
E para que serve, verdadeiramente, o cacau? Para pulverizar, lembram-se. E quem pulveriza ele? Não, não olhe para o lado. Olhe para dentro. É dentro de si que o vil cacaueiro bota raízes fundas. É pelos seus sete orifícios que ele espreita a luz da selva. E é pelo seu nome, no fundo do talão de débito, que ele chama. Ele, quem? O arame, o taco, a guita, o bago, o carcanhol...
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