17/06/2005

Antepassados

Acontece-me dizer mal dos meus antepassados. Se o meu avô, que foi caseiro de uma quinta rica, tivesse aldrabado como deve ser o deve-e-haver do nédio e anafado proprietário de 16 fábricas (mais quinta) que lhe pagava a magra côngrua de capataz, poderia ser que, hoje, moi & brothers estivéssemos a modos que assim melhorzitos. Decididamente, não estamos. Vovô foi honesto.
Em câmbio, nem eu nem nenhum dos meus irmãos nos lembrámos de aderir, por cola de cuspo, a essa curiosa decalcomania chamada “boys”. De modo que, duas gerações depois, lá ficámos todos, de novo e sempre, de fora.
Pobrezinhos como somos, resta-nos esperar pela religião. Queira Deus que a chuva não seja o maná único que dos céus nos caia. Caiar é pintar de branco. Preta tem sido a nossa vida. Nossa quer dizer a minha e a dos meus pobres antepassados. A terra te seja leve, avô.

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Canzoada Assaltante