“A alegria e interesse da criança depende da pessoa que a dirige e educa nesta primeira fase da sua vida intelectual, toda a gente sabendo quanto é difícil, embora moralmente compensadora, a missão das educadoras da primeira infância, que em toda a parte onde a pedagogia é um estudo sério, são apreciadas e pagas pelo seu justo valor, porque é quase um dom de Deus.”
Ana de Castro Osório
A mãe é o princípio do amor.
O pai é o princípio do amor.
O pai e a mãe principiam pelo amor.
O amor é o princípio da mãe.
O amor é o princípio do pai.
A criança é o fim principal.
A criança é o príncipe.
A criança é a princesa.
O amor nunca é o fim.
O amor é sempre a finalidade.
O amor é final desde o princípio.
O pai e a mãe hesitam muito.
Hesitam por amor.
Como entregar a alheio colo o amor?
Como confiar o príncipe?
Como fiar a princesa?
Os pais tremem de frio.
É a primeira vez que expõem o amor.
É o princípio do amor fora deles.
O amor volta ao fim do dia.
Como passou o amor o dia?
Com quem passou o amor o dia?
O fim do dia é o princípio do dia.
O príncipe tem um castelo.
A princesa tem um castelo.
Chamam-lhe escola.
Tem flores e estrelas nos vidros das janelas.
Um castelo é a casa do céu e do jardim ao mesmo tempo.
O castelo é a escola.
É o sítio do amor durante o dia.
O pai não está.
A mãe não está.
Está o amor.
Alguém assegura o amor durante o dia.
Alguém segura o amor durante o dia.
O príncipe e a princesa continuam amados durante o dia.
O dia é a continuação do amor.
A escola é a casa onde o amor continua.
Alguém recomeça o amor pelo princípio.
Ao entardecer o castelo devolve o amor à casa.
O pai regressa.
A mãe regressa.
O príncipe continua.
A princesa continua.
Alguém diz adeus à janela do castelo.
Alguém diz adeus-até-amanhã.
Alguém diz adeus-até-amanhã entre flores e estrelas.
Daniel Abrunheiro
Tondela, 2 de Junho de 2005
1 comentário:
Lindo.
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