© DA. 9 de Dezembro de 2011 -
17h00m12s
VII
Lembro-me de um Pierre. O ano é 1976. O Sol não era então o assassino em que a poluição o tornou. A poluição – nós. Nós, humanidade. Voltando todavia a Pierre – era um gentil rapaz da minha idade. Íamos de bicicleta pelo monte. Esperavam-nos lá, mesmo no topo, o Alberto, o Mário, o Armando, o Rui, o Américo, o António, o João. O Pierre liderava-nos sem esforço nem ditadura. Foi ele (naturalmente, digo-o hoje sem saber porquê) o primeiro de nós a morrer. Tumor maligno no cerebelo. Assim: já está. Não tinha ainda dezassete anos. Mas em 1976 tinha doze. E éramos a rapaziada mais rapaziada que pode ter havido em qualquer algures.
VIII
Morrem hoje as pessoas amanhã estatística.
(Tanto as do vírus-chinês como as restantes.)
Muitas ainda se deram à heurística.
Outras pasmaram só, quais ruminantes.
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