VI
Veios dinâmicos são freáticos no entendimento
Pensamento & mundo opõem-se & esgrimem-se
O corpo do indivíduo sabe-se de antemão batido
Não há derrota nem vitória ou humilhada glória.
Se se não tem rua, caminha-se rua íntima
Inventa-se vizinhança, leva-se a passear o cão invisível
Esmola-se o comerciante, saúda-se o doentinho
Pelo braço a velhinha devagar na passadeira.
É-se tão mais livre quão mais certa a morte
A hora de mais revisitar do que aprender
Nem a azáfama social atrai já as moscas
Livros porém são ainda capazes de janelas.
Outro veio não almejo.
VII
Silvana, belíssima, ao balcão da confeitaria. O estabelecimento é antigo, não ela. Sei de fonte-limpa que em Março não trabalhava ainda aqui. Abril a trouxe, rico mês. Para mais, muito educada. Educada, não complacente. Gentil & atenciosa, não servil nem coquette. Dá gosto dar-lhe os bons-dias, receber os dela. O meu contrato com a seguradora expira em Março, não será renovado, já mo disseram. Deixarei de ter razão prática para frequentar este trecho da Cidade. Escrevo Silvana para esquecê-la, relê-la só na velhice, lá quando a consumação soprar suas trombetas estridentíssimas.
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