A Idalina vive agora co' Alfredo
(© Eugène Atget - Paris, 1890-1920)
III
Errática constância elementar
vem a motriz recado-sarabanda.
Há muito que se não ouve uma banda
alegrando a vida a passar.
A alegria não é de facto norma.
Aguenta-se a coisa entre ir-vir marés.
Aquenta-se o caldo, vive-se à berma.
Quem tem, põe no café a gota d’anis.
Tiago mostrou-me a casa, era formosa.
Já lá não mora, diz que saiu da mulher.
Também o Caló já não está com a Rosa.
Que nem Deus insista, se a pessoa não quer.
Havia na Adémia um corvo.
Vivia em liberdade no quintal.
Belo ente, o Vicente, nada torvo.
Eu adorava vê-lo ao natural.
Desfaz-se & refaz-se a tal constância.
A verso chega quanto o mereça.
Não deixo que me façam a cabeça.
Prefiro aliás fixar distância.
Foi ao fundo da Recta que mataram
o homem da Idalina Paz Semedo.
O condutor, nunca o encontraram.
A Idalina vive agora co’ Alfredo.
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