Abílio Roque de Sá Barreto
(1817 - 1898)
184.
PEQUENINOS MODOS
Coimbra, sábado, 7 de Novembro de 2020 (I)
I
Abílio Roque de Sá Barreto, figura dos arquivos-mortos.
Foi Grão-Mestre da Carbonária Lusitana de Coimbra.
Carbonários & maçónicos conjuraram pró-República.
Certo é terem sido assassinados o Rei & o Príncipe-Real.
Não era nosso costume andar por aí aos tiros reais.
Abílio respirou por cá quando lá fora (Paris & Guernsey)
respirava uma tal Juliette Drouet, amante fidelíssima & vitalícia
do astro-paradivino chamado Victor Hugo, outros tempos.
A França desandava, ela também, entre República & Império.
Portugal aussi, mas por mais pequenino modo.
Sepulturas a tudo & todos afinal no final resumem.
Victor mantém-se firme, Juliette nem tanto, Abílio muito pouco.
O voraz Presente é um anão autofágico.
O Porvir é electronicamente macabro.
O Pretérito, todavia, é plástico & elástico.
Nele trabalho – e mais nele oro do que n’ora.
(II)
(Ar aquoso permeia & premeia a tarde baça.
Beleza invernosa em calendário outonal.
Temi que o volvido Verão não passasse mas passa,
viva o tempo escuro, viva Portugal!)
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