09/01/2021

VinteVinte - 184 (I & II)

A

Abílio Roque de Sá Barreto
(1817 - 1898)



184.

 PEQUENINOS MODOS

 Coimbra, sábado, 7 de Novembro de 2020 (I)



I 

Abílio Roque de Sá Barreto, figura dos arquivos-mortos. 
Foi Grão-Mestre da Carbonária Lusitana de Coimbra. 
Carbonários & maçónicos conjuraram pró-República. 
Certo é terem sido assassinados o Rei & o Príncipe-Real. 
Não era nosso costume andar por aí aos tiros reais. 

Abílio respirou por cá quando lá fora (Paris & Guernsey) 
respirava uma tal Juliette Drouet, amante fidelíssima & vitalícia 
do astro-paradivino chamado Victor Hugo, outros tempos. 
A França desandava, ela também, entre República & Império. 
Portugal aussi, mas por mais pequenino modo. 

Sepulturas a tudo & todos afinal no final resumem. 
Victor mantém-se firme, Juliette nem tanto, Abílio muito pouco. 
O voraz Presente é um anão autofágico. 
O Porvir é electronicamente macabro. 
O Pretérito, todavia, é plástico & elástico. 

Nele trabalho – e mais nele oro do que n’ora. 


(II) 

(Ar aquoso permeia & premeia a tarde baça. 
Beleza invernosa em calendário outonal. 
Temi que o volvido Verão não passasse mas passa, 
viva o tempo escuro, viva Portugal!) 



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Canzoada Assaltante