Era no Botânico, por um Maio devindo improvável.
VII
Campo aberto afora, veias de água têm altas magras árvores
prestando-lhes sentinela, honra, amparo, gravuração.
Ao dissipar-se a aluminiada luz da jornada cessante,
invisível recolhimento da fauna se processa em mudez.
Já os cultivadores se reconheceram por igual, eles afinal
seguidores do mesmo ritmo de aves & rasteiros, iguais.
Assisto a esta maravilha humilde de muito longe.
Toda a vida o tenho feito esperando dela tão-só uma linha.
Linha de prosa, linha de verso, linha de conduta.
VIII
Era no Botânico, por um Maio devindo improvável.
A economia não se impusera como deusa, não ainda.
O casalito seguia mãodadamente por a álea amável.
Ele, apesar de homem, nada feio; ela, claro, mui linda.
Já o que vem nos livros os atraía serpemente.
Sabiam só de outiva haver no mundo maldade.
Ele não era ainda acólito da religião da aguardente.
Ela ainda o não trocara por outro gajo d’outro cidade.
IX
Joaquim José Diano, valente polivalente, faz expedições de trabalho ao estrangeiro. Oficia como pedreiro, electricista, canalizador, pintor, serralheiro. É, para mim, o verdadeiro super-homem. E existe deveras, não é falseada invencionice minha. Já fez quase toda a Europa. Fez duas vezes África, mas nenhuma delas lhe correu bem. Não volta lá. Por hoje, é quanto tenho a dizer dele.
(X)
(Números oficiais do dia panviral: 31 mortes, 2899 casos.)
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