16/12/2020

VinteVinte - 157 (I-II)




157.

 

DA MEDIOCRIDADE DE SER MERA GENTE

 

Coimbra, terça-feira, 6 de Outubro de 2020

 

        
(I) 

    (Este homem vejo laborando em demanda de entendimento. É dele só a acção com que entretém & entretece a existência-em-demanda. Vem de um lar sem retorno. Tem documentado profusamente a sua passagem – não forçosamente verosímil é sua recriação, não à força veraz sua recreação. É como ele, querendo-o ou não, as deixa feitas. 
    Dessa profusa documentação vou retendo veios recorrentes. E também alguma eventual centelha, fulgor de outra dimensão que nesta acha contraste. Não a torno mais clara nem mais brilhante, sei-o bem – porém persisto em tal secretariado ao correr da minha própria demanda por o meu entendimento mesmo.) 

II 

É precário o que se abstém de fixar o volúvel. 
É medíocre ser mera gente, não particular pessoa. 
Gerânios – disse alguém dentre o fumo da sala. 
Ninguém – disse quem trazia tais flores à festa.


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Canzoada Assaltante