© Daniel dos Santos Abrunheiro (1917-1994)
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Coimbra, sexta-feira,
9 de Outubro de 2020
III
Certa paz aveluda, mirando os campos, o olhar mesmo.
Vem do horizonte certa peremptória quietude.
À minha banca preside hoje o ramalhete de lápis.
E a seus pés o branco papel franco, aberto a conversações.
P’ra bandas da Póvoa, anjos trepam a pinheiros.
Verniz & esmalte coruscam às lâminas fotográficas.
Esta beleza não é vencível, por nós não morre ou nasce.
Cada dedada de cal vale uma casa.
Cada casa, um ninho de episódios.
Casal de Santa Isabel: as Duas-Irmãs.
Lindas de ser: uma, o Sol; a Lua, outra.
A dilucular bruma é enfeitiçadora.
Dela a rama enovela, bela, o Choupal.
Às primeiras instâncias, encantadora,
dá maravilha ao mundo: Coimbra de Portugal.
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