(II)
(A sensatez é bem-vinda conforme dela as consequências.
Liberdade & criação oxalá sejam duas destas.
Conhecimento, vivência, decisão, império da vontade – idem tudo.)
III
Homem em moção permeando os elementos aparentes.
O mesmo digo dele través os outros, os transparentes.
Ele que frúa de suas horas – e das de quem o antecedeu.
As futuras primam por o Não-Ser – há que desconsiderá-las.
É aberto o Museu-Vivo de tudo, basta atentar.
Listas sem finitude oferecem-se ao atento.
Línguas, semáforos, pomares, relíquias contrafeitas.
Daí que a Arte Poética desconheça capital mundial.
Constrangimentos não são bem-vindos, de todo.
Pouco-nada-zero importa, fora do homem, o que dele se diz (ou cala).
Vale isto para todos os homens.
Basta olhar os cães.
(Os cães, as línguas, os semáforos etc.)
(IV)
(Enumerei ontem um elenco de ex-viventes.
Fi-lo enquanto a televisão dava futebol.
Entretive aquele par de horas em redacção.
Não tenho por perdido tal segmento temporal
– mas não o é, perdido, de facto?)
V
É hoje franca a luz, saio hoje às ruas.
Vou de camis’azul, sapatos fortes.
Levo os olhos como janelas nuas.
Os passos como dobradas capicuas
ao azar da duração tirando as sortes.
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