25/12/2020

VinteVinte - 165 (II-V)


 
(II) 

(A sensatez é bem-vinda conforme dela as consequências. 
Liberdade & criação oxalá sejam duas destas. 
Conhecimento, vivência, decisão, império da vontade – idem tudo.) 

III 

Homem em moção permeando os elementos aparentes. 
O mesmo digo dele través os outros, os transparentes. 
Ele que frúa de suas horas – e das de quem o antecedeu. 
As futuras primam por o Não-Ser – há que desconsiderá-las. 

É aberto o Museu-Vivo de tudo, basta atentar. 
Listas sem finitude oferecem-se ao atento. 
Línguas, semáforos, pomares, relíquias contrafeitas. 
Daí que a Arte Poética desconheça capital mundial. 

Constrangimentos não são bem-vindos, de todo. 
Pouco-nada-zero importa, fora do homem, o que dele se diz (ou cala). 
Vale isto para todos os homens. 
Basta olhar os cães. 

(Os cães, as línguas, os semáforos etc.) 

(IV) 

(Enumerei ontem um elenco de ex-viventes. 
Fi-lo enquanto a televisão dava futebol. 
Entretive aquele par de horas em redacção. 
Não tenho por perdido tal segmento temporal 
– mas não o é, perdido, de facto?) 


É hoje franca a luz, saio hoje às ruas. 
Vou de camis’azul, sapatos fortes. 
Levo os olhos como janelas nuas. 
Os passos como dobradas capicuas 
ao azar da duração tirando as sortes. 

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Canzoada Assaltante