É triste habitar o Presente.
Comédia glauca, sem leitores.
Só visores, caca de gente.
De repente, vêm dois senhores.
Expectoram alto inanidades.
Jibóia dormente, cada ventre.
Estes gajos são realidades
que eu conheço, porra!, desde sempre.
É triste habitar-me-los.
(Aquele é eufónico, significação gramatical.)
Não se vive sem rins, mas ele há cálculos
que fazem da vida um gemeçal.)
Tenho, co’ estes que a terra há-de beber,
visto olhos enxutos como feridas sem cautério.
Além de nada, só tudo eu levo a sério:
alguma dispepsia, ou poesia, ou-por-assim-dizer.
Nunca gostei do Presente grand’espingarda.
Tenho habitado um porvir-de-pretéritos.
Peniche-1986? Os júlios & os adéritos.
Coimbra-VinteVinte? Deus me guarda.
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