José Escada (1934 - 1980)
Um homem, dois cães, uma pedra para sentar-se.
Sol glauco, de febre cega, espectra oliveiras.
Galheteiro de cristal velhíssimo, ali ainda.
Mesa de cozinha também dada a papéis.
A biografia descasca-se por esse chão, essas paredes.
A pena é inevitável, assim creio em moção.
Belos rafeiros por companhia na hedionda via.
Oficina viva, antro capaz de luz, impermanência.
Este homem não chega aos 50, nem seus cães.
Morre a 22.8.1980 – mas nasce a 26-6-1934.
José Escada – ei-lo ido, aqui mal chegado.
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