12/11/2020

VinteVinte - 114 (excerto de 7.8.2019)



7.8.2019
Quarta-feira



    A Cidade como Mãe AntePosterior, verificada de vez a extinção fisiológica da Mulher-Natural-Hermínia: ei-la – à cidade, digo – em crua verberação. Exclamações mudas, os corpos (dos) cidadãos transitam em perene febre. Anima-os o remoto nascimento, vigia-os a necrologia certa. Horas-anos me/nos (con)somem. Aqui, uma lata de bolachas enferruja; além, um namoro prepara-se para vingar rebento.
    Vou amando animais. É meu aquilo a que pertenço. Deriv’and’ando pelos dédalos simples da Urbe, faço por dar à corrente meu mesmo sopro, que ínfimo é mas é. 
    O jornal local dá diário recados dos mortos mais humildes, mesmo que em vida por (des)ventura o não hajam sido. Leio em (e com) punitiva atenção.
    Qualquer coisa barulhenta perto do Rio; sombras rarefeitas de aves altíssimas tocando a ponto o chão de albergue(s); homens escurecidos de suor brilham regiamente neste morredouro de intenções. Sim, a Cidade, a Cidad’ãe, a Mãe feita Panorama & Viela – tudo dando-se a Rio.
    Não nego a eventualidade de a minha mesma ridicularia, seja: chamar pátria ao que o corpo re-conhece para sobreviver um pouco mais – ou um ainda-por-menos. 

Sem comentários:

Canzoada Assaltante