23/11/2020

VinteVinte - 136 (I-V)




136.

 

SALTOS NA SOMBRA

 

Coimbra, segunda-feira, 7 de Setembro de 2020




    Entretenho a manhã assimilando relatos de crimes à francesa, mormente episódios da França rural. É um país extremamente formoso, a velha França hoje tão decaída, tão afro-islamizada. (Eu sei que isto é para muitos politicament’-incorrecto – que se lixe quem isso rosnar.) 

II 

    E da França à Irlanda republicana, um mero salto na sombra. Cadáver encerrado em mala no canal. Velha Dublin. Modernidade inquebrantável do crime contra a vida. A Garda à volta em peripécias. Muito assassino por aí à solta. Azul ou branco, muito colarinho sanguinário. 

III 

    Além, um violador reincidente. Mais acolá, um par de amantes destrói a esposa legítima. Aqui, um imigrante do leste europeu. Ao lado, escumalha sem outra vocação que a do parasitismo. Entalada entre esta, muita gente decente com medo até de respirar. 

IV 

    Acontece sempre: a gente decente é menos literária – ou menos passível de literatura – do que a outra, a subgente dos extermínios. Ou quase sempre, vá. 


    É obstinado, o horror. É, também, criação exclusivamente humana. Sæcula sæculorum etc.


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Canzoada Assaltante