136.
SALTOS NA SOMBRA
Coimbra, segunda-feira,
7 de Setembro de 2020
I
Entretenho a manhã assimilando relatos de crimes à francesa, mormente episódios da França rural. É um país extremamente formoso, a velha França hoje tão decaída, tão afro-islamizada. (Eu sei que isto é para muitos politicament’-incorrecto – que se lixe quem isso rosnar.)
II
E da França à Irlanda republicana, um mero salto na sombra. Cadáver encerrado em mala no canal. Velha Dublin. Modernidade inquebrantável do crime contra a vida. A Garda à volta em peripécias. Muito assassino por aí à solta. Azul ou branco, muito colarinho sanguinário.
III
Além, um violador reincidente. Mais acolá, um par de amantes destrói a esposa legítima. Aqui, um imigrante do leste europeu. Ao lado, escumalha sem outra vocação que a do parasitismo. Entalada entre esta, muita gente decente com medo até de respirar.
IV
Acontece sempre: a gente decente é menos literária – ou menos passível de literatura – do que a outra, a subgente dos extermínios. Ou quase sempre, vá.
V
É obstinado, o horror. É, também, criação exclusivamente humana. Sæcula sæculorum etc.
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