22/11/2020

VinteVinte - conclusão do 134 com trechos do IX & do XIII

 (IX) 


    (Acabo de escutar a uma moça, na Rua do Padrão, isto que ela disse a seus dois moços irmãos: 

    A gente vai indo

    Ah pois vai, menina. Ah pois vamos.)

(...)


XIII 

Escrevivo coimbramente sem prejuízo pátrio. 
Coimbra não é melhor que o resto, é só mais bonita. 
Tipo aquela rapariga que brancamente aflora o pátio 
de antepassados futuros cujo nada já palpita. 

Venho de gente que não fala, não há telemóveis no Céu. 
Falo eu por eles, eles tão em mármore ora jacentes. 
Parecem-me ora de uma pureza lavada ao léu. 
Sei pouco & amo muito corpos indiferentes. 

(...)

Aprendi na Escola: bem feitinha, toda a conta dá resto-zero. 
Idade-Medieval: Povo-Nobreza-&-Clero. 
(Não por esta ordem – se não, marca desordem.) 
Os gajos das dente-próteses ladram mas não mordem. 

Escrevivo coimbramente para cá das minhas posses. 
Tenho agora três euros, só por causa das tosses. 
Acho piada aos nobéis, fácil-cebolada: 
a quem o não deram - & ao Dylan, por nada.

(...)

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Canzoada Assaltante