30/11/2020

VinteVinte - 145 (alguns respigos terminais da entrada)


Fotografia obtida da transmissão do programa da RTP
RUAS COM HISTÓRIA E MEMÓRIA




Coimbra, sábado, 19 de Setembro de 2020

(VI)


(No dia 8 de Maio de 1984 fui ao Jardim Botânico de Coimbra.
O meu Pai disse-me então:
“Filho, a partir de agora vai ser um fósforo.”
Eu fazia nesse dia 20 anos de nascido.
E razão tinha o meu Velhote:
Tenho 56 anos + 4 meses + 11 dias
– e cheiro a fósforo queimado que tresando.)

(...)

XIII


Na semana passada, no Restaurante O Horácio (antigo O Rio),
uma espinhense peregrina pró-Fátima vomitou a esplanada toda.
Deram-lhe absolvição de gaseificada-água-mineral. E o tio
dela, que conduzia a toyota-d’-apoio, disse: – Já foi, que se fôda.

(...)

XIX 

Era junto ao Mondego, a vida dava-se ainda a nascidos. 
O postal-ilustrado, com a Torre em cima, era bonito. 
Eu era tão novo, que nem sabia estar aflito. 
Os dias infantes são – e eram – deveras mais compridos. 

Houve aqui torre romana, que demoliram depois. 
Carros a gasogénio substituíram os a-bois. 
Era p’la Rainha Santa que meus Pais ’inda viram. 
E lembranças minhas já não dão nem tiram. 

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Canzoada Assaltante