07/11/2020

VinteVinte - 109 (excerto I)


MARGUERITE YOURCENAR
(1903-1987)



109.

 

“VISÃO, LEMBRANÇA E ACTO”

 

Coimbra, sexta-feira, 24 de Julho de 2020 (I-IV)

Coimbra, sábado, 25 de Julho de 2020 (V)

Coimbra, segunda-feira, 27 de Julho de 2020 (VI)

Coimbra, terça-feira, 28 de Julho de 2020 (VII)

 


I

    “Não se compreendia por que é que essas gentes se impunham ao nosso espírito, ocupavam a nossa imaginação, e até às vezes nos devoravam o coração, antes de se mostrarem o que eram: fantasmas. Talvez que também eles, pelo seu lado, pensassem o mesmo de nós, supondo que fossem de natureza a pensar qualquer coisa. Tudo isto era da ordem do sonho e da fantasmagoria.” 

    A citação supra é da Marguerite Yourcenar de Um Homem Obscuro (in Como a Água que Corre), em bela tradução portuguesa de Luiza Neto Jorge. Foi a minha leitura dos dias mais recentes, antes que a alva clareasse ainda o velho mundo. 

    “O tempo, então, deixou de existir. (…) A madrugada e o crepúsculo eram os únicos acontecimentos de monta.” 

    

    “Toda a obra literária é assim feita de um misto de visão, lembrança e acto, de noções e de informações recebidas, no decorrer de uma vida, através da palavra ou dos livros, e de resquícios da nossa própria existência.” 

    Yourcenar é figura-colosso. Retorno a ela bastas & contentes vezes. 

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Canzoada Assaltante