23/01/2010

Isto, V.

Souto, tarde de 23 de Janeiro de 2010




Isto passa-se de acordo com a sempre gloriosa rosa-
-dos-ventos, isto das pessoas jogando o corpo, santo-
-ofício particular em gregário patíbulo, à boca a água-
-ardente da consciência, essa lucidez de cavalo-
-cansado, esse manso delíquio sensível a todo o piano-
-forte, a toda a revoada gustativa em palavra-
-de-honra, em um urbaníssimo sábado à tarde pela feira-
-franca, isto de ter frio até no inferno, na natureza-
-morta de tanto relicário, tanto campo de Inglaterra, tanto amigo-
-de-Peniche, tanta merda e ouro tanto, isto,
viver.

2 comentários:

CR disse...

Fantástica a forma como escreve. De absorvente e viciante leitura. Parabéns!

Daniel Abrunheiro disse...

Muito gentil, obrigado.

Canzoada Assaltante