Souto, Casa, madrugada de 4 de Janeiro de 2010
Encruzilhadas em bosques anoitecidos para sempre
esperam os viajantes sem memória nem desejo.
Aves de gestação lunar vigiam as profundidades,
aves negras forradas a vermelho como opas húngaras.
Alguém ou algo as cruzes habita do caminho.
Quem ou quê, com vinagre celebra, não com azeite.
Se se sente um rio, leite negro o forma e flúi.
O que nasce verme, vive anaconda e morre gente.
Fé, devoção, adoração e terror e temor e tremor
mais do que amor importam e contam e pesam.
Pelo chão, o sangue reconstitui o mapa das veias.
Estrelas pegam fogo frio a geladas velas.
Corações ao alto, como aves, emanam névoa roxa.
De olhos abertos dormem as almas desavindas.
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