Souto, Casa, tarde de 14 de Janeiro de 2010
Vai merendar à charcutaria, leva leve gabardine pérola-cinza, a chuva ao lado como um cão.
Em torno, corpos velhos enxugam chá com biscoitos moles em benefício das próteses que não sorriem.
Pedidos discretos lavram a terra do ar: manteiga, açúcar, café, leite, água mineral.
Como desde sempre, os gestos esculpem: alheios, esculpem alienadamente sinais de outras vidas, outras merendas, outras pérolas e outras cinzas.
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