Mas não é amanhã quando se quer.
Sob o caderno, a toalha branca de papel do restaurante onde como a sopa e o peixe de tantas outras noites: a mesma sopa perpétua, o peixe vitalício, a chávena de café com a tal "saciedade antecipada na asa de todas as chávenas" do pobre Fernando Pessoa.
"Pobre", sim, deixemo-nos de merdas. Restou-lhe, voz que continua viva, não ter mais ontens. É apenas e sempre hoje, para ele, no destino cumprido por antecipação de todos os expressos, todos os comboios.
Pombal, noite de 15 de Dezembro de 2004
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