Muito devagar, dobrei a esquina e eles apareceram. Inevitáveis senhores da filha pequena segura pela mão dele, ela com um saco de compras e desviando do meu olhar o olhar perdido por palavras antigas proferidas junto a outro mar, noutro tempo, quando a glória era tirar tudo, a areia incrustada como migalhas de ouro no filão do peito, a língua na língua, as palavras de perder ainda não feridas, não proferidas ainda. Agora, eram e seriam e serão eles três.
Eu, muito devagar eu, um.
Foto: Paula do Carmo's Bar, Pombal, Outono de 2004
Texto: Pombal, 27 de Janeiro de 2005
Sem comentários:
Enviar um comentário