16/07/2005

Autocanigrafia


Fui nascendo a cada pancada própria e/ou alheia.
Saí de casa e perdi-me logo.
O autocarro parou sem motorista, era eu o único passageiro.
Havia um valado, um caminho-de-ferro, uma figueira de frutos de pó.
O sol morava.
Eu nasci uma vez, depois outra, depois outra e agora quero isto: quero querer.
Seguiu-se um tu e muitos eles e elas.
A garganta apertada por atacadores de sapatilha.
O sabor a couro na boca.
O sol nas costas.
Gosto disto.




Tondela, 15 de Julho de 2005

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Canzoada Assaltante