O senhor do mel cochila à sombra. Aos pés, a caixa de papelão com boiões de mel caseiro também passa pelas brasas. Está um calor de alto Julho. As moscas irisadas de verdazul tracejam de som a hora da tarde. O ar resulta da condensação da luz e da memória da água. O senhor do mel está velho. Tem cabelos brancos e pele encarnada. A boca entreaberta como um pano de teatro mastiga palavras sonhadas, trabalho de abelhas. Eu passo e escrevo.
Imagem: © Chema MadozTexto: Tondela, tarde de 23 de Julho de 2005
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