Bicicleta, poesia e demais loucuras
Bicicleta e poesia têm em comum o servirem ambos para andar sem ter os pés no chão. E ir na mesma a algum sítio. Ou a muitos.
A História da Bicicleta e a História da Poesia são ambas povoadas de seres algo fantasmáticos, apóstolos de loucuras com correntes, alavancas, cesuras, rimas e outros raios.
Há um tal conde de Sivrac, construtor registado do primeiro veículo movido a duas rodas. Precisou de 700 páginas para registar as ideias que o assunto lhe proporcionou.
Há um tal Thomas S. Eliot, norte-americano naturalizado inglês que bebia chá no círculo de Bloomsbury. Escrevia livros, também. “Abril é o mais cruel dos meses” e é também um verso de “The Waste Land”.
Em 1820, um escocês (naturalmente Mac) adaptou ao eixo traseiro duas bielas, as quais, ligadas por barras de ferro funcionando como pistão, possibilitaram tirar os tais pés do tal chão. McMillan, era esse o nome.
Cento e treze anos depois, em S. João da Ribeira, concelho de Rio Maior, Portugal, nascia Rui de Moura Belo. Para o mundo de papel, Ruy Belo. Foi quem viria a escrever: “Portugal não é pátria mas país”.
Se isto não fora um catálogo, bem mais diríamos de poemas, rodas, selins, palavras e gente mais ou menos louca. Mas é um catálogo. Serviu para o trazer a este sítio. Boa viagem.
Tondela, tarde de 15 de Julho de 2005
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