Uma pessoa aclimata-se de pequenina a objectos preciosos que depois lhe tomam a vida.
Nalguns milhões de casos, a solidão colecciona selos.
Outros coleccionam pègadas, mantendo, por pura ortoteimosiagráfica, o acento grave.
Mulheres seleccionam amantes finos como caules de champanhe.
Rapazinhos domesticam rãs.
Menininhas adoram avôs.
No tudo, a vida e a morte coladas a cuspo pelo tempo.
Depois, as segundas e as quintas dispersam-se como fins de feiras: horas ciganas, minutoldos, segunbancas, existir a saldo e a soldo, caixas aeróbicas com galinhas tísicas rodeadas de pintos de bairro social.
Eu fui escolhido por alguns Mundos de Aventuras com capas de Carlos Alberto.
Uma pessoa é para o que nasce, é para o que morre.
Imagem: © Chema Madoz
Texto: Tondela, tarde de 20 de Julho de 2005
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