23/07/2005

A Beleza


Isto tem uma beleza. Os volkswagens estacionados ao frio da noite, bebés redondos, alemães, poupanças de cinquentões coxos de nostalgia. Os blocos habitacionais: oximóricos, tumulares, fungos de caderneta de poupança. Oh, a cidade igual! Chega uma mulher à beira do meu sonho, toma-me a barriga, acalenta-me os mamilos breves, a breve vida. Diz que me ama. E eu acredito nela. Rolam os verões como aquelas bolas de palha do faroeste, rolam as ondas do mar perante as esplanadas outonais, vêm os suecos passear pelas nossas capelas, de que basta pedir a chave ao hortelão de confiança do senhor padre, vem o tempo em que disfarçar já não é o que era.








Texto: Pombal, 26 de Janeiro de 2005

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