Hoje não penso que o silêncio aumente as coisas por dizer. Diminui-as, pelo contrário. Talvez as cure. É o que penso hoje. Desconheço o que pensarei do assunto, se pensar, amanhã. Amanhã é o país da não-garantia. Amanhã é a cidade do silêncio.
Apesar de tudo, tenho sorte: hoje, transitivo, o sol entardece uma casa amarela. É um solar. O que é ser solar? É ser uma casa? É ser próprio do sol? É calado que assisto a isto: o sol fazendo-se casa. Hoje, não amanhã.
Aceito a minha condição, mas discuto o meu destino. A minha condição é discutir o e com o meu destino. Percebo que isto é importante. Pensarei isto até que seja hora de jantar. Depois, voltarei a desconhecer.
“Fazemos a nossa vida com palavras.”, disse Jean Giono.
Estava vivo quando o disse.
12 de Julho de 2004
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