13/07/2005

Fogo d'ontem

Ontem vi o fogo solto.
Oxímoro perpétuo.
Alimentava-se de ar e árvores.
Insectos helicópteros varejavam a massa de calor.
Avionetas roncavam, absurdos pássaros.
A estrada juncada de carros.
O vento de forno aberto.
A cara sulcada de sal líquido.
A curiosidade da populaça.
Os tropas de manga arregaçada.
Os bombeiros formigando mangueiras grossas.
As viaturas deles arfando como bois vermelhos.
Depois a noite calou tudo.
Os animais da noite não saíram à rua.
O fogo queimou até o ontem.




Tondela, tarde de 12 de Julho de 2005

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Canzoada Assaltante