18/07/2005

Cultura Geral - 6


De França para Espanha, vale?
Só para confrontar algo do que por lá se escreve e publica com o que por cá.
De lá, tão-só dizer:
Javier Marías, Manuel Vásquez Montalbán, Mercé Rodoreda, Javier Tomeo, Antonio Muñoz Molina, Eduardo Mendoza, Manuel Rivas, Federico García Lorca, Manuel e Antonio Machado, Fernando Quiñones, Juan Ramón Jiménez, sei lá.
Por cá, quintal que somos,
temos o Lobo Antunes a coçar-se com a guerra colonial, os filhos-família encornados, lisboa-tejo-apartamentos, todos os prémios (menos o Nobel, carago) e, ainda, a guerra colonial, os filhos-família encornados, lisboa-tejo-apartamentos, todos os prémios (menos o Nobel, carago). Salvam-se algumas crónicas e talvez o próximo romance, que será sobre a guerra colonial, os filhos-família encornados, lisboa-tejo-apartamentos e o carago;
temos Saramago, o Exilado, a coçar-se com a p.d.i., a mulher espanhola, as críticas, o Sousa Lara, os judeus, todos os prémios (até o Nobel, carago) e aqueles horrendos Cadernos de Lazarote mais o romance sobre o voto em branco.
Salvam-se o Memorial do C. e o Ano da Morte de R.R., mais uns trocos; temos o Torga e o Eugénio, que morreram a salivar-se pelo Nobel (carago), em vão; a Sophia e o Filho e o Banco Espírito Santo; o Francisco José Viegas a fumar charutos; o DNA para os amigalhaços; a peluda bola de fiambre chamada Eduardo Prado Coelho; a tosse do Vasco Pulido Fraco; a excrescência editorial do Vasco Graça Moura, parente daquele senhor Miguel que comprava casacos de peles quando era maestro da não sei quê sinfónica; temos isto.

Era para falar de Espanha, mas saiu-me o PortuQuintal, vago país cujos apresentadores de TV também escrevem romances. Aquele senhor que dirige o Expresso segundo D. Pinto Balsemão, também escreve romaces. A Catarina Furtado foi comendada no 10 de Junho. A Leonor Pinhão também foi. Aguardemos os seus romances.

Temos o Mega Ferreira, que foi casado com a Clarinha Pinto Correia, aquela bióloga que fazia crónicas de copy-paste para a Visão, e a Inês Pedrosa, a tal que gosta da Odete de Saint-Maurice. Temos o JL Peixoto, cujo feminino dá a vergonha que dá, sei lá, não há coincidências.
E temos o Paulo Coelho, brasileiro de Santiago de Compostela, o Kahil Gibran travestido de Richard Bach.

Em Espanha é melhor, acho eu.

Pintura: Morte de García Lorca, por Mylnikov (1975)
Texto: Tondela, tarde de 18 de Julho de 2005

6 comentários:

Anónimo disse...

Kão, tinha lá o Manuel Vazquez Montalban há anos e nunca me deu para ali, nem sequer quando há tempos mandaste o mail com um poema do rapaz. Agora dei-lhe com o detective Pepe Carvalho do Os Mares do Sul e do Os Pássaros de Bangecoque. Tou apanhado. Genial. Do publicado em Portugal o que dizes tu?

Anónimo disse...

Kanzana desgraçada! Tou agora a reparar que daquela lista falta ali o Cervantes do Dom Quixote, catano, e o Quevedo de O Buscão (tenho cá e empresto) assim comó Cela que diabo - A Colmeia e O Vagabundo Ao Serviço de Espanha (Colectânea de outro artista amigo) de que aqui recordo um frase catita: "E da jornada de Morilles ficou-me apenas a mágoa de que com um pouco mais de aplicação ter-me-ia cabido mais vinho no corpo. "

Isto não é textual, mas do que me recordo a coisa rezava assim.

E de portugal o Possidónio Cachapa e desviado de angola o José Eduardo Agualusa, mailo Pedro Rosa Mendes.

Diz coisas.

Daniel Abrunheiro disse...

Amigos ínclitos:

a) Do Montalbán, tudo. Tudo, tudo, tudo. Mesmo sem Pepe Carvalho. Ver Assassinato no Comité central, O Pianista, Autobiografia do General Franco, Galíndez, tudo, tudo, tudo. Há muito traduzido, felizmente.

b) Do Possidónio, não gosto muito (embora, curiosamente, esteja a fazer a dramaturgia de um romance dele, Materna Doçura). Do Agualusa, também não. O que não quer dizer que não sejam bons, carago.

Anónimo disse...

Do Possidónio o que li foi precisamente o Materna Doçura que começa bem e acaba melhor. Pelo meio o homem perde-se por completo com a descida aos infernos do Sacha G. Não é crível e está mal explicado e mal elaborado.

Do Agualusa pergunto de leste o livro O Vendedor de Passados e O Ano em Que o Zumbi tomou conta do Rio de Janeiro. Um Estranho Em Goa também é muito bom.

Daniel Abrunheiro disse...

Hei-de ler, então.

Daniel Abrunheiro disse...

Hei-de ler, então.

Canzoada Assaltante