02/07/2005

S. Pedro do Sul

Ontem, última noite de Junho, a minha vida levou-me pela mão a S. Pedro do Sul.
Ao contrário do dia, a noite ilumina a partir de baixo.
O Vouga tinha olhos de luz, vi-os eu de um café de móveis de madeira.
Antes, um passeio pela zona dos hotéis termais.
Na esplanada de um deles, uma orquestra tocava, para uma plateia de reformados ricos, uma música das 'fogueiras' sanjoaninas de Coimbra.
O ar da respiração era uma seda.
Comi um pão-de-ló macio como um beijo de filha.
Não me parecia Portugal, mas eu sei, era.
E era que era bom.
Foi uma noite que já era, sendo ainda, depois, dessas que sabemos para guardar.
No regresso, a rua que dava acesso à estrada para Viseu estava juncada de carros vermelhos.
Os bombeiros rescaldavam uma tragédia.
Tinha explodido (mais) uma oficina pirotécnica.
Três mortos e um ferido grave.
A noite mudou de futuro.
Encontrei outra maneira de chegar a Viseu.

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Canzoada Assaltante