13/07/2005

Rilke, Rainer Maria














"(...) eles iluminam a face um ao outro com sorrisos. Tacteiam ante si como cegos, e encontram-se um ao outro como se encontra uma porta. Quase como crianças, que têm medo do escuro, estreitam-se um ao outro. E porém não têm medo. Nada há que esteja contra eles: nem ontem, nem amanhã, pois o tempo ruiu. E eles florescem dos seus escombros.
Ele não pergunta 'O teu marido?'
Ela não pergunta: 'O teu nome?'
Pois eles encontraram-se, para serem um para o outro uma nova geração.
Hão-de dar-se novos nomes e hão-de tirá-los de novo, devagar, como se tira um brinco de uma orelha."


Rainer Maria Rilke, in A Balada da Vida e da Morte do Alferes Christoph Rilke,
cit. por Pedra Mexia, DN, 13 de Julho de 2005

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