V
Lá
para Norte, um Stijn Saelens. Belas, densas brumas sitiam o território. Do outro
lado do mar, entretanto, uma Melissa envenenadora, género viúva-negra. Nomes dispersos,
céus indiferentes ao deus-não-dará. Os anos purificam, embalsamam, quase perdoam.
Letras & números grafunham cadernos infelizmente não-categorizados. Em um
deles (pág.ª 259, VV-II) há referência a um Robert T. Da Flandres ao
Québec, rascunha-se uma rede de homicidas aspirantes a heranças capitosas. Clarões
esquisitos: de seitas religio-filosóficas tinturadas de proféticos ecologismos
de cona-sem-banha. Aparece um Alex. Aparece um Fredo. Uma embalagem de Bisquick.
Uma mansão creme-magenta. Respiro estas imagens como a um éter: em haustos
gratos. Castelbajac, morte da vicomtesse local. As sucessivas
repúblicas, o mais laicas embora, não obliteram estes parentescos divinónimos,
por assim dizer – mas os assassinos sim, obliteram. Um tarado de, quê?, seus 28
anos – é quanto basta. Ensimesmados muito perigosos, nublados por dentro, letais,
pesadelos vivos. Aspirantes a uma aristocracia que o sangue lhes nega - &
até interdita. Um trabalho honesto não os supre de decência. Lá vai um de Agen
a Frégouville. Ou Castillon. Ou Maurens. Já não importa. Ou Cauzaux-Savès. Tarde
de mais. Arnaud Laurrieu etc. Sem explicação, sem avenir.
VI
Ou
então nocturna metrópole, altos reclamos luminosos: FUJI, COLA, GUINESS,
STAR, PLATZ. Um tal Gregor Mito caminha seguro través a bruma baforada pelo
rio. Está prestes a desertar. Ainda o não fez. Ordenaram-lhe aguardar um código.
Ao balcão da cervejaria, espera. Um minuto depois, senta-se-lhe ao lado direito
o velho Toby Casal. Este ingere de um só sacão o whisky-duplo, abandona o Times
rés o cotovelo-direito de Mito, dissolve-se na noite de talvez Blackpool,
talvez Marseille, Köln talvez – ou Matosinhos, por que não?
VII
Cinturão
florestal guarda os areais que o mar por amor nos envia em vento. Um recanto é
quanto queremos. Corrijo-nos: queríamos. Já não. Isso tudo ardeu até antes de
ser lenha. De nós passei a mim – nem licença pedi, nem adeus
disse. Hora menos má, na verdade.
O
bosquete daqui merece o meu cuidado, d’amador embora. Vieram chegando meios de
subsistência – mas, ao contrário do surf, sem grandes ondas. As aves
daqui são correctas & escorreitas. Muito ambas as coisas. Hoje mesmo, perto
já das sete, o casal de melros apareceu no telhado das garagens com a sua cria.
Maravilha: deram-lhe do meu pão na boca.
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