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Uma vez na vida
(Esta crónica é aqui nO Ribatejo, não no Correio da Manhã. Tem felgueirice, mas é mais isaltinante.)
Tenhamos ao menos alguma decência na demência, que não são palavras separadas apenas pela diferença de uma consoante.
Se calhar, os casais gay não deveriam poder adoptar crianças porque depois, por causa da lei ou assim, também não iriam poder, em caso de necessidade, dar sangue aos filhos adoptados. Ainda se não fossem gays mas apenas homossexuais, era uma coisa. Assim, são duas. Tenhamos ao menos, ó manos, alguma decência na demência, que também são duas, mas diferentes, é consoante.
Se não, é como dizer, com um sorrisinho sacana engelhado ao canto da boca, que a política internacional do Obama tem um lado negro.
Ou como dizer que, com o acordo simplex totógráfico aprovado, o Diário da República passa a sair em freeport-uguês. Não vos parece que há mesmo que não confundir decência com demência, hum?
Eu tenho por natureza, e por assim dizer, um grand’enorme respeito pelos dementes, mas ainda mais pelos decentes. E não me parece decente, nem de gente, a gente, por assim dizer, andar por aí a isaltinar-se uns contra os outros por causa de tudo e de nada e de mais alguma coisa como por exemplo o lobby-gay, o lobby-lusófono, o lobby-contentor-de-alcântara, o lobby-cegos-involuntários-do-santa-maria, o lobby-benficampeão-da-pré-época, o lobbyp-hop-bairro-social, o lobby-se-as-mulheres-votam-por-que-é-que-os-ciganos-hão-de-pagar-impostos. Porquê? Porque convivência não é conivência. Pelos menos forçosamente não é. É só consoante. Oeiras ou eiras, Badajoz à vista.
Tudo isto por causa do sorrisinho sacana que se me engelhou na boca ao saber dos sete anos de cana cravados ao Isaltino. Será ele possível desperdiçar tempo da vida a presumir inocências insuspeitas a uma Fátima dessas que por aí peregrinam a si mesmas em covas que iriam mas não vão? Decência é uma coisa, demência é outra. Uma coisa é a moita, outra as flores. Uma coisa é ter juízo, outra é ir a ele. E outra, ainda, fugir de Felgueiras para o Brasil. Ou de Oeiras para a Suíça.
A lei, porém e por mais simplex, é a lex, enfim. Uma vez na vida ao menos, ó manos.
4 comentários:
A ver vamos, a ver vamos! Por vezes, quase sempre, há cada desmarcação que mesmo em "obsaite" quem manda não vê.
E não esquecer que ás vezes, quase sempre, "uma mão lava a outra..." e...ficam as duas sujas!!!
Gostei dessa do "obsaite". Era como dizíamos em miúdos. Tem muita razão o António, mas o gozo de ver o gajo à saída da barra - isso já ninguém nos tira.
E um defesa era um "bacK", n'est-ce pas?
Passei para ler e deixar um abraço. E ainda um para a Sandra.
Um beque, tal e qual, M.
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