24/08/2009

Soneto dos Particulares Outonos com Cão


Souto, Casa, tarde de 24 de Agosto de 2009
Foto: Sandra Bernardo, Louriçal, 11 de Agosto de 2009





Ela ajuda os outonos particulares a enredar as janelas
vivemos por ela e eles a publicidade mais privada
ao lume das casas arrefentam as sombras amarelas
se saires não voltes tarde na noite em madrugada.

Um deles de nós pensa cabisbaixo o chão da festa
na farmácia lhe perguntarão ao que veio
perto um cão de rouco latim por uma fresta
espreita quem passa pela rua ao lado ao meio.

Tempo não de sonetos nem de nada se lhes pareça
seguimos ainda assim a tercetos finais de cabeça
rumo à glória humilde da festa dos dias.

Não é longe o mar nem longe a vida que nos esqueça
havemos de ter cão e festa quanta nos apeteça
ela enreda outonos amarelos em janelas frias.





2 comentários:

Professor disse...

Faz lembrar o Pessoa: "por onde não há fresta"...
Daniel, obrigado, continue a enredar "outonos amarelos em janelas frias".
Abraço amigo

Daniel Abrunheiro disse...

Obrigado, meu caro Amigo, continuarei.

Canzoada Assaltante