Do lado das máquinas chega um arfar,
descansá-las é preciso, como se nós elas.
Foi ampla a jornada, o fogão do ar
abrasou rosas e coisas e as sombras delas.
A minha geração anda por aí aos figos,
tensas humidades fungam os destinos.
Em quartos escuros adoecem amigos,
um tenho deles de cancro nos intestinos.
Penso nas minhas coisas, antigo e moderno,
como pensa uma praia chegando o Inverno.
À noite recolho das luzes a joalharia.
Não se pode, é verdade, ser p'ra sempre eterno,
mas sempre é de mais - e o menos é ser, no
Verão arfado, um figo apanhado ao lume do dia.
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