11/08/2009

Aliança

© Sandra Bernardo

Castelo de Pombal, tarde de 8 de Agosto de 2009




Souto, Casa, tarde de 11 de Agosto de 2009




Aliança cinestesia/sinestesia: mais do que possível, preclara, precípua.
Vibra, meu corpo, antes que se faça noite em a tua vesperal condição.
Quero-me agora mais digo: mais dentro do ter vindo
vidro.
Lojas, armazéns, áleas de pedra, estrelícias, outonais promoções, nomes-datas, relicários e voltas litorais, pastelinhos tenros, cães públicos e mulheres sem sexo por fora, crianças absortas, azulejos com dizeres: pretendo tudo olhar com a língua.
Pacato pacto – deveras.
Deveras este homem plantado onde fui menino e venha a ser velho sem ter sido antigo, ai de nós.
Quando te digo

Atrás da casa as figueiras,

tu re(per)cebes-me, e não és unívoco, como o não são

a casa, as figueiras,

pois que é fundo o mundo.
Manhã muito cedo, ingerida uma quantia de leite fresco, o navegador do dia estende suas velas verticais ao vento tremendo.
Eis-nos (n)esse homem à bolina.
Dentro, como membranas batendo portas e caixilhos, páginas por ler.
Candelabros glabros, viciosos palácios de palingenesia
(aqui-posto-de-escuta).
Quando acontecem novas coisas no passado, percebes?, quando há futuros por estrear no passado – eu preciso de uma aliança nova.
Sangrar para sagrar, compreendes?
Esta é uma tarde nº 11 mais, telefonou-me o João Saraiva Pinto, falámos de Nemésio e de bocados de horas distintas como vidros caídos à água.
E um luxo de lixos muitos, no trapézio opala do Mário de S.-C. um pouco antes de amanhã em Paris.
Uma aliança com essa gente-mármore, essa palombina galeria de datas, alburno-borne ebúrneo, idade/ecceidade.
Língua barbatanatológica, minha vida.



2 comentários:

Anónimo disse...

epá, mete a letra maior, sff
Um gajo dá cabo dosolhos.

Daniel Abrunheiro disse...

Já tá.

Canzoada Assaltante