Crónica afro-ribatejana
Não sei que fazer à ou da minha vida desde que o Michael Jackson deixou de estar entre nós. Já quando foi aquilo do O.J. Simpson, a coisa também não esteve fácil. Com o Rodney King, safei-me mais ou menos bem. Com o Luther também King, também. A cena do motel com o Sam Cooke ainda me está aqui atravessada. O avião do Otis Redding, também está. O pai do Marvin Gaye a matar o filho a tiro, enfim, há que pesar muito bem os prós e os contras destas situações. É ver aquilo do Johnny Ace, que também morreu cedo de mais: acontece com alguma frequência, sobretudo quando se brinca com uma pistola afinal carregada. A Billie Holiday, esse “estranho fruto”, não é menina para ajudar muito a adoçar a pílula. Aquilo da Ella Fitzgerald ter casado com um vigaristazito branco (e norueguês) só me veio amargar o rebuçado, aliás. Claro que ele há sempre o Denzel Washington, o Sidney Poitier, o Morgan Freeman, o Samuel L. Jackson, o Stevie Wonder e a Pam Grier. Pois há. Mas ele há também a Oprah (bufa) para descompensar. Eu sei, eu sei: Mahalia Jackson, Nina Simone, Bessie Smith, Sarah Vaughan e tal. Tudo gente boa. Mas agora sem o Michael como é que faço? Como é que fazemos? Já nem o Prince se chama Prince, quanto mais… Há-de valer-me muito andar a desculpar o Miles Davis pelas maluqueiras do fim da vida (tipo uma nota sozinha cada 43 compassos). Vem mas é logo o Charlie “Bird” Parker autoperseguir-se até à morte de velhice com apenas 34 anos de idade. Sempre posso contrabalançar a coisa com o gigantismo de uns Duke Ellington, Count Basie, Dizzy Gillespie, John Coltrane, pois posso. O Louis Armstrong não me interessa por aí além. Sobretudo desde que me falta o Michael, coitadinho.
Coitadinho mas é de mim, que cresci a ouvir o Duo Ouro Negro. “Vou levar-te comigo, meu irmão” Michael. Etc.
3 comentários:
Porra! Atão e o jimi hendrix? Nem merece uma nota de rodapé?
Caraças, o Jimi, pois é. Mas é que eles são muitos...
São mais cas mães é o que é...
Enviar um comentário