Havia no meu tempo um homem que dizia pessoas pela boca, mas não só, era um homem capaz de marcar um lugar de referência a ponto de lugar e entardecer serem ele, por exemplo sentando-se ao fim do dia numa cadeira do pátio do minimercado, o meu tempo era passar por ele e cumprimentar o entardenoitecer que ele era no que estava.
Esse homem morreu, disseram-mo por telefone, eu morava noutra cidade, preparei as coisas e compareci no dia seguinte ao funeral, tomei café na Paula do Turco Cabeça-de-Cavalo, abracei os dois filhos do homem que entardenoitecia o lugar e as pessoas dizia.
O meu tempo é o que há para deixar escrito o dito, o meu tempo torna-se mármore com uma facilidade bestial, continuo topógrafo de paragens de autocarro, de fábricas fechadas, de campos agrícolas formigando de casais velhos e cães meio devolvidos à condição selvagem.
Esse homem que nós estamos, agora por escrito, é.
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