Nem dívidas nem dúvidas
Não tenho qualquer dívida para com Angola, Brasil, Cabo Verde, Damão, Diu, Goa, Guiné-Bissau, Macau, Moçambique, S. Tomé e Príncipe e Timor. Nem histórica, nem moral, nem ética, nem económica, nem linguística, nem cultural, nem nada. Nada e nadinha.
Viseu e um pouco mais a norte; Pombal e um pouco mais a sul – eis o meu quintal. A exclusão abrange, natural e irreversivelmente, o ultramontano Vaticano, o Teerão zuca, a mistificação multinacional Cova da Iria/Lourdes /Vale dos Caídos, a seca de Meca, o Estrasburgo mafioso, a Bruxelas pseudo-regional, Paris (Hilton), a Baixa da Banheira não sei porquê e o Bairro Alto também cá por coisas.
A vida é pouca coisa, mas é o tudo a que temos direito. É um fragmento de século, um caco de décadas. Não vale a pena estragá-la com falsas totalizações de aldeia dita global. A vida é a Linha do Tua, não é a mentira do TGV.
“Orgulhosamente só”? Não. Mas o que me interessa, senhores, senhoras, é a minha terra nossa. A terra e o sal de que é feita: o trabalhador explorado, roubado, vilipendiado e despedido; o aluno adiado, desinstruído, mecanografado e esquecido; o doente acarneirado, procrastinado, xaropado e falecido; o queixoso julgado, ignorado, condenado e detido. A minha terra e o sal da minha terra: trabalho, educação, saúde e justiça.
Porque só nos deveria interessar deveras o que, precisamente, não temos. A desclassificada política que nos desgoverna, o decadente “jornalismo” freteiro, a massiva pimbalhada rádio-televisiva – isto é que é a nossa SIDA, o nosso preservativo, a nossa fé armilar.
O resto? O resto é colonialismo do avesso.
Não, não tenho dívidas. Não tenham dúvidas.
Não tenho qualquer dívida para com Angola, Brasil, Cabo Verde, Damão, Diu, Goa, Guiné-Bissau, Macau, Moçambique, S. Tomé e Príncipe e Timor. Nem histórica, nem moral, nem ética, nem económica, nem linguística, nem cultural, nem nada. Nada e nadinha.
Viseu e um pouco mais a norte; Pombal e um pouco mais a sul – eis o meu quintal. A exclusão abrange, natural e irreversivelmente, o ultramontano Vaticano, o Teerão zuca, a mistificação multinacional Cova da Iria/Lourdes /Vale dos Caídos, a seca de Meca, o Estrasburgo mafioso, a Bruxelas pseudo-regional, Paris (Hilton), a Baixa da Banheira não sei porquê e o Bairro Alto também cá por coisas.
A vida é pouca coisa, mas é o tudo a que temos direito. É um fragmento de século, um caco de décadas. Não vale a pena estragá-la com falsas totalizações de aldeia dita global. A vida é a Linha do Tua, não é a mentira do TGV.
“Orgulhosamente só”? Não. Mas o que me interessa, senhores, senhoras, é a minha terra nossa. A terra e o sal de que é feita: o trabalhador explorado, roubado, vilipendiado e despedido; o aluno adiado, desinstruído, mecanografado e esquecido; o doente acarneirado, procrastinado, xaropado e falecido; o queixoso julgado, ignorado, condenado e detido. A minha terra e o sal da minha terra: trabalho, educação, saúde e justiça.
Porque só nos deveria interessar deveras o que, precisamente, não temos. A desclassificada política que nos desgoverna, o decadente “jornalismo” freteiro, a massiva pimbalhada rádio-televisiva – isto é que é a nossa SIDA, o nosso preservativo, a nossa fé armilar.
O resto? O resto é colonialismo do avesso.
Não, não tenho dívidas. Não tenham dúvidas.
2 comentários:
Se deixares,assino por baixo-
Eu também não tenho dívidas, mas tenho algumas dúvidas.
Abraço
"A vida é a Linha do Tua, não é a mentira do TGV"
Isto em boas palavras sou eu todo. E quem mo diz é um outro homem que não eu, que o nunca saberia.
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