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Souto, Casa, 14 de Fevereiro de 2010
Horas volvidas, ainda vivo. Dia muito frio cercou a casa, entranhou-a. Benicio del Toro representa Ernesto “Che” Guevara. Poesia de António Osório à luz do candeeiro da sala. Domingo, noite. A semana nova à porta. Transe feral e vital. Um italiano nascido em Cuba e um argentino nascido em Bruxelas: dois gigantes absolutamente superiores: Italo Calvino e Julio Cortázar. Osório é de Setúbal (1933) com ramo maternal italiano: outro gigante. A rosa feminina, escura rosa, da púbis. Da molécula à nebulosa, com bilhete de ida-e-volta. Mangualde, a ferrovia. Este, esta, isto; aquele, aquela, aquilo – buscar pelas artes o o(ri)fício da neutralidade universal. Os plátanos e as cegonhas do Louriçal molham, concentricamente, as minhas pupilas. O esperma lúdico gasto em putas e homossexuais de aluguer.
E nunca desistir de buscar a claridade, prima e derradeira ciência do olhar.
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