24/02/2010

Fui à Rua Levar-me ao Lixo

Souto, Casa, noite de 24 de Fevereiro de 2010




Fui à rua levar o lixo e sofri como de costume a vocação tão atlântica e tão portuguesa de quem fica em terra na vida e depois na morte também.
A noite nova usa o antigo hábito do vento, gaze que eu gostaria de sentir à proa de um barco com nome de mulher rumo ao círculo polar mais longe disto, esta rua cujo contentor é tão escasso como a temporada cultural do município e a perspectiva de um dia o pensamento amanhecer como as maçãs amanhecem no esplendor prodigioso de ninguém olhar para elas.
Na cameleira o tempo batia todo de uma vez só e depois à volta do lixo a cameleira e o tempo haviam-se mudado uma ao outro.
O problema de em tempos ter estudado é as metáforas ocorrerem muito até numa rua destas, que é uma rua-rio como tantas outras, uma via de que o tempo se serve para mudar cameleiras e lixos e marinheiros em terra.

Sem comentários:

Canzoada Assaltante