© Sandra Bernardo (7 de Fevereiro de 2010)
Souto, Casa, tarde de 22 de Fevereiro de 2010
Sei de uma junção de rios de delicados areais.
Penso por vezes nela e neles como em pessoas reais.
Alternam a jornada de sol e a de nuvens.
Por vezes, o céu desce a tocar-se nas águas.
Não é muito fervor, o fragor das correntes.
Por vezes, parecem linhas de seda, os rios.
Nasceram da mesma mãe sem pai, os rios.
Encontram-se ali, onde os escrevo.
Há a possibilidade de renomear tudo.
As pedras que marulham os leitos são:
litânias, xerozes, gualdipas, riconêmeas.
As árvores que emolduram as águas ao ar são:
capélias, albacentes, polimitos, jesusmarias.
As aves que se atiram de cor às cores são:
felícias, aquineves, urmelitas, bocasdoces.
As pessoas que poucas vezes por aqui há, são:
Mem Gomes, Jura Bosque, Vata Só, Cordia Luz.
Os peixes dos juntos rios são:
revogas, xarépios, acordinos, merussípias.
Os rios são: Rio Senhor e Rio Senhora.
Todas as manhãs acordam ao mesmo instante,
de mãos dadas já e ainda, cruzadas as linhas
de seda.
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