Souto, Casa, manhã de 2 de Fevereiro de 2010
A Boleskine House não é longe daqui: é cada casa. E cada casa é um caso. Cada homem, por outro lado, parece-se muito com Aleister Crowley, o que não abona muito a favor de cada homem. Mesmo que James Patrick Page não concorde, sinto isso. O tempo chega em que a vida parece natural de mais. E a insuficiência do entendimento vê-a como simples: isto é: sem Diabo e sem Deus. Onde for. Quando for. Por exemplo: na Surrey University, dia 25 de Outubro de 1968. Os anos jovens de uns tantos são os terminais de uns quantos. Nada de novo. Vale um Gerald Finzi, naturalmente. Milton e Shakesperare contam. Os mortos vivem no e do que se pode reapre(e)nder deles. Os vivos também vivem – custa bem mais verificá-lo do que apenas dizê-lo. Sinto a cristalização de algumas imagens: não é magia, não é Crowley, nada disso, é mas é a noz cerebral conformando-se à sua mesma usura de máquina orgânica: sim, fascinante, mas só orgânica. Pode brincar-se seriamente. Pode ir-se às Caldas da Rainha, à Normandia, à Serra dos Candeeiros, de novo a Sevilha ou a Vigo. Pode achar-se bonita ainda a agora Senhora Pamela Des Barres. Pode, pois. Lori Mattix também. Não tem mal. A névoa continua a ser fumada à pele dos lagos cada amanhecer. Naufrágios pobres de pescadores portugueses continuam a ocorrer (ossos e destroços do ofício). Chuva a sério na Madeira, pobreza até de instintos como mal geral. Valem os instantes por assim dizer mediúnicos das canções. Velhotes lendo fervorosamente, superlativamente, The Equinox, como um tal Israel Regardie em Studio City, Califórnia, no dia 21 de Junho de 1972. Mas a magia é pouca, fora da Coisa-Natura – ou contra Ela. Daí a Vale de Lobos, para onde se retirou Herculano, ou à revolução do ADN – os caminhos são, neste sentido, unívocos. Como é inequívoca a urgência recorrente de destotemizar o sentido da vida. Perto e longe do mesmo Loch Ness perto do que a tal Casa Boleskine.
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